Cirurgia neurológica aconteceu somente duas vezes no Brasil.
Assista a reportagem do Jornal Anhanguera / GO neste link: globoplay.globo.com/v/12805518/
Transcrição do vídeo:
Goiás mais uma vez se destacou como referência em cirurgia de alta complexidade.
Uma família do interior da Bahia encontrou aqui o tratamento para o Luan, um menino de 10 anos que sofre uma doença degenerativa.
A cirurgia neurológica durou 7 horas e precisou de 14 profissionais. essa foi a segunda vez que uma cirurgia desse tipo foi feita no Brasil e as 2 foram aqui em Goiânia. Vamos ver.
Curativo em forma de coração. A roupa é do super-herói preferido do Luan: o Homem-Aranha. A teia ainda está se regenerando, mas já dá para dar aquele abraço apertado do jeitinho dele - gesto que até a semana passada era impossível para esse pequeno guerreiro.
"O movimento é de torção, né, importante em toda a musculatura do corpo, ocasionando muita dor. Essa dor geralmente é uma dor tipo cãibra. No caso do Luan, essa distonia generalizada ainda fazia torções para trás, comprometendo até o ritmo cardíaco", explica a Dra. Ana Moura, responsável pela cirurgia.
A doença é tão rara que só acontece 3 casos a cada 1 milhão de crianças. E raro também é o tratamento. A família, que é de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, teve dificuldades para encontrar o diagnóstico certo e o tratamento adequado há 3 anos quando a Síndrome de Spatz começou a se manifestar.
"Até chegar até ela aqui foi muito difícil. Apelamos para o Brasil todo, vamos dizer assim, né. A gente começou com pesquisa na internet e encontramos a doutora, né, que foi uma anja em nossas vidas, que tá sendo até hoje. Entrei em contato com ela de imediato, ela se dispôs a nos ajudar, consultou o Luan. Aí fomos correr atrás de trazer ele pra cá e conseguimos. E o resultado tá aí agora", conta o pai do Luan.
A cirurgia que o Luan fez precisou de uma equipe composta por 14 profissionais e durou cerca de 7 horas. O Luan foi o 2º garoto a passar por esse procedimento no Brasil, e nas 2 vezes a operação foi feita aqui em Goiás.
A cirurgia foi para colocar 2 eletrodos no cérebro do Luan. Os eletrodos são ligados por um fio a um marcapasso colocado na barriga do menino. O aparelho funciona do mesmo jeito que o marcapasso cardíaco, só que em vez do coração, envia sinais elétricos para o cérebro. Esses sinais controlam a rigidez que a Síndrome de Spatz causa nos músculos do Luan.
"Ele teve uma resposta excelente no pós-operatório imediato. Então a gente já vê uma criança com muito menos rigidez, já consegue ter um controle voluntário, consegue já dar um tchauzinho, consegue mostrar o que ele quer", comemora a Dra. Ana Moura.
O Luan já está de alta do hospital, mas, por pelo menos 2 meses, ele, o papai e a madrasta vão permanecer aqui, gente, bem pertinho do hospital em Aparecida de Goiânia, para que a médica possa fazer o acompanhamento da evolução do Luan nos próximos dias.
A vontade da família, claro, é ir embora para casa, para a Bahia, com Luan, mas ele assim bem melhor do como veio. Mas vão aguardar o tempo que for necessário para que esse sonho se torne realidade.
"É o melhor para ele, né. Então estamos aqui até a doutora falar assim “estão liberados”, aí a gente retorna, mas, caso contrário, estaremos aqui. Foi pelo que eu lutei e estou muito feliz em ver ele sem dor, porque era o que mais me machucava, sabe. Saber que a gente não podia fazer nada, que estávamos ali, que a gente tinha vida normal, que a gente se alimentava normal e que ele não. Então, isso machucava demais, mas agora eu estou muito feliz, estou chorando inclusive de felicidade porque ver ele assim era o nosso sonho", finaliza a madrasta do Luan.
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